Burocratas ou lutadores: quem desses deve dirigir um sindicato?
A eleição para a direção do SINDEDUCAÇÃO (Sindicato dos Profissionais do Magistério do Ensino Municipal de São Luís) se aproxima e com ela a expectativa dos milhares de educadores sobre os rumos que nossas vidas profissionais tomarão depois do dia 14 de setembro, data marcada para o pleito. Nós também ficamos apreensivos e por isso mesmo queremos fazer algumas reflexões com você leitor sobre esse processo que se avizinha.
Os sindicatos devem funcionar como escola de governança. É nele que nossa classe social fará as experiências mais básicas e mais duras para mostrar ao conjunto da sociedade que são os trabalhadores que devem administrar as riquezas materiais e culturais produzidas, já que somos nós que as produzimos. Por esse motivo, os sindicatos não devem reproduzir a lógica do vale-tudo das eleições burguesa e nem funcionar como um miniparlamento de burocratas que se distanciam das suas bases sociais assim como o diabo se distancia da cruz. Os sindicatos devem ser espaços democráticos, onde seus filiados sintam-se parte fundamental das decisões e não como um apêndice desprezível. A relação dos diretores dessa “escola de governança” com seus filiados não podem igualar-se a relação que a maioria dos diretores de nossas escolas mantém conosco, de puro autoritarismo.
Nenhum sindicato democrático consegue funcionar sem ser pela base; um representante de uma escola tem uma visão privilegiada do seu local de trabalho e nesse aspecto pode ter uma importância política superior ao de um dirigente de um sindicato burocratizado que não pisa, e, portanto, não sente o drama do que significa ser professor de uma escola sem estrutura. Geralmente na luta são os trabalhadores da base que se lançam ao sacrifício e alimentam as esperanças da vitória, enquanto os burocratas fazem de tudo para amedrontar e desanimar a categoria.
A vitória de uma categoria pode significar a perda de privilégios institucionais que diretores pelegos e burocráticos estabelecem com os governos e patrões, por isso, preferem “organizar” a derrota da categoria para garantir seus privilégios mesquinhos.
Para as eleições do SINDEDUCAÇÃO esse desafio estará colocado. João Castelo e os vereadores de São Luís de tudo farão para que nosso sindicato continue não mãos de burocratas e, nesse caso, aos educadores da base está lançado o desafio de depurar nosso sindicato do burocratismo e o peleguismo.
Tendo por base esta constatação, a CSP Conlutas, o MRP (Movimento de Resistência dos Professores) e o MOPE (Movimento de Oposição dos Profissionais da Educação), resolveram unir forças em torno de uma Chapa de luta, autônoma e classista para disputar as eleições do SINDEDUCAÇÃO.
P/ Hertz Dias- Professor de História e militante da CSP Conlutas do Maranhão
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