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Nota de repúdio dos educadores ao governo Flávio Dino

Professores apresentam nota de repúdio ao governo Flávio Dino na última Assembleia  do Sinproesemma (REGIONAL DE SÃO LUIS). A diretoria do sindicato votou em peso CONTRA  essa proposta e assim evitou que a nota fosse parar no site  e no jornal do sindicato.


NOTA DE REPÚDIO DOS PROFESSORES DO MARANHÃO

Os profissionais do magistério da rede estadual do Maranhão, reunidos na Assembleia do SINPROESEMMA - Regional de São Luís, vêm a público repudiar o total desrespeito e falta de compromisso do Governo Flávio Dino (PCdoB) com a Educação Pública do Maranhão.
A memória é a mais subversiva arma de resgate. Esquecer é a pior forma de fazer desaparecer. Aquilo sobre o que ninguém fala, escreve, canta ou celebra em seus ritos, deixa de existir. Só se aprende o presente trazendo à tona o passado, para melhor produzir o futuro.
Iniciamos o novo ano tendo pela frente novos e velhos desafios em face de uma realidade que, durante os últimos anos, vem promovendo uma brutal e perigosa precarização da nossa carreira. Fato esse que se agrava em decorrência da falta de compromisso do atual governo com a educação pública do nosso Estado.
Durante os últimos quatro anos, as velhas práticas que acompanharam a ação política nos governos anteriores, permanecem intactas. A educação continua sendo prioridade, apenas, nos discursos das campanhas eleitorais.
Na tentativa de confundir a opinião pública, o governo do Estado, utilizando seus poderosos meios de comunicação, tem realizado uma ampla campanha midiática pautando a educação pública estadual dentro de uma “nova era”: a chamada “Escola Digna” que tem sido alardeada nos quatro cantos do Estado e além fronteiras, tomado os espaços em rádios, jornais, na televisão e redes sociais. A estratégia, portanto, continua sendo a mesma: é preciso que se mude para permanecer tudo igual.
Indo de encontro a essa farsa midiática, nós - professores de sala de aula - nos deparamos com uma realidade bem diferente no nosso cotidiano escolar. A maioria das escolas continua com os graves problemas de décadas: sem bibliotecas; sem laboratórios; sem internet, sem espaços adequados para a prática esportiva; carência de materiais didáticos básicos; aparelhos mobiliários insuficientes e em mau estado de conservação, falta de professores; coordenadores, administrativos, sem segurança, etc.
Por conseguinte, o atual governo vem violando sistematicamente o Novo Estatuto do Magistério, quando não efetivou a automaticidade das progressões. Nunca concedeu as gratificações por difícil acesso, nem as gratificações de atividade em área de alto índice de violência, dentre outras constantes na lei estadual nº 9.860/13.
No entanto, o que mais evidencia a total falta de compromisso do governo com a educação e seus educadores é a violação anual do Art.32 do Estatuto do Magistério, que trata da reposição salarial.
Em 2016, o reajuste de 11,36%, legalmente garantido, foi ignorado pelo Governador Flávio Dino (PCdoB). Em 2017, através de uma manobra legislativa, o governo violou novamente a Lei ao congelar os vencimentos e aplicar o reajuste somente sobre a GAM. Em 2018, para a maior parte dos professores, o reajuste foi concedido de forma parcelada e sem direito ao retroativo ao mês de janeiro. Em 2019, até agora, não foi cumprido o referido dispositivo legal.
Outro fato, de relevante gravidade, diz respeito as recentes afirmações do atual Secretário de Educação, que em reuniões com gestores passou a questionar a autonomia da atividade do professor em relação a hora-atividade, prevista na Lei do Piso Nacional.
Nesse sentido, cabe esclarecer ao Excelentíssimo Secretário de Estado que não existe nenhum dispositivo legal que obrigue os professores a exercerem suas atividades extraclasse, exclusivamente, no ambiente escolar. Situação essa já pacificada pelo STF em 2011.
            Ainda nesse contexto de desrespeitos e ilegalidades encontram-se os funcionários de escolas que, nos últimos anos, não tiveram seus salários reajustados e nem tão pouco são reconhecidos como trabalhadores da educação.
            Portanto, essa é a verdadeira face da Educação Pública Estadual do Maranhão. Não podemos pensar em uma escola digna, sem professores dignamente valorizados.
Dessa forma, entendemos que o ato de educar é um processo de questionamento constante e, como tal, deve promover a consciência de classe como força motriz, não cabendo no processo forças controladoras de acomodação. Políticas governamentais que violam nossos direitos também ferem nossas condições de seres humanos. Assim, nos colocamos na defesa intransigente de uma educação de qualidade e com inclusão social que atentem aos direitos humanos e contribua efetivamente para o desenvolvimento econômico, político, social e cultural do nosso Estado.

MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA DOS PROFESSORES – MRP
Associação dos Profissionais da Educação - ASPEMA

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