MRP(OU MOSEP,...) E A GREVE ELEITORAL
Por Odair José*
Falar dos problemas internos de determinada categoria é quase sempre muito ruim para os seus membros, por isso a economia nas palavras dos diretores do SINPROESEMMA em certos momentos do desenvolvimento das lutas dos professores do nosso Estado. Mas, tem momentos que não é permitido ficar calado.
Nos últimos dias, temos visto um grupo de professores “dissidentes” comandando o que seria um levante contra o acordo feito pelo sindicato com o governo, referendado pela maioria da categoria, pelo qual a categoria tem um reajuste momentâneo que, adicionado ao feito no início do ano, ainda pelo Governo anterior, soma 15,97%.
Vendo apenas o momento, a fotografia, um observador desavisado poderia pensar que estamos tratando somente de um erro tático desses trabalhadores, continuar tencionando, inclusive através da greve, para tentar retirar do governo um pouco mais de 3% - uma vez que o pleito inicial foi 19,2% - colocando em risco a aprovação do principal, que é o Estatuto dessa categoria, num momento importantíssimo para nossos alunos em encerramento de ano letivo e às vésperas de vestibular. Na realidade, trata-se de mais uma tentativa, fora de hora, de chegar à direção do sindicato, feita por um grupo que é uma mistura dos que dirigiram o sindicato por muitos anos e só fizeram atrofiá-lo e atrelá-lo aos governos de então, e recentemente se juntaram com outros cujo desejo é aparelhar a entidade e colocá-la a serviço de seus interesses partidários ou de grupo. Ou seja, o objetivo é eleitoral.
Os “líderes” desse movimento são velhos conhecidos, são os mesmos que no início da década criaram um outro sindicato, o Sintep-Upaon-Açú, dividindo a categoria. A cada momento se nomeiam de uma maneira, já foram MOSEP, Sintep-Upaon-Açú e agora MRP. São os mesmos que num momento crucial de definição de rumos no sindicato se aliaram a Lucimar Góes, aliança que se mantém até hoje.
Seguindo a mesma cartilha dos governos de plantão, sempre tentaram partidarizar as ações do sindicato, colocando-se como apartidários. Mas recentemente deixaram cair a máscara, a declaração de apoio ao movimento pelo Sindicato dos Bancários, SINTRAJUF e APRUMA, todos dirigidos por militantes do PSTU e PSOL, revela o que muitos já sabiam: esse movimento “dissidente” de professores é dirigido pelos militantes do PSTU e PSoL e tem forte apoio financeiro destes partidos, também, é claro, de outros oportunistas de momento.
Para levar os professores às ruas e atingir os objetivos vale tudo, principalmente, mentir e iludir.
Nos discursos prometem de tudo, maqueiam números, criam e distorcem fatos. Tomemos um exemplo: o percentual de recomposição do valor-aluno-ano de 19,2%, que por lei seria o mesmo do Piso e que, segundo os “dissidentes”, deveria ser o mesmo dos salários. 19,2%, é o percentual de crescimento do valor–aluno-ano com base numa portaria do MEC de março deste ano, ocorre que o MEC emitiu outra Portaria (Nº 788 - agosto/09), e por esta, esse crescimento do valor-aluno-ano é de apenas 7,85%. Em primeiro lugar, é importante entender que o sindicato considerou que deveria ser o percentual de recomposição do valor-aluno-ano o mesmo para recompor salário, porque este, por lei, é o percentual de recomposição do Piso da categoria, então poderia servir como índice para recompor salários, entretanto, não há lei fazendo esse vínculo. Depois, o sindicato não trabalhou com o último percentual (7,85%) porque já vinha trabalhando com o anterior (19,2%), e avaliou que para começar a campanha este era um bom parâmetro, no entanto, sempre soube da ponderação que deveria ser feita caso necessário.
Os “líderes” do MRP sempre tiveram essas informações, portanto, sabem que para “descumprir a lei” - se fosse o caso - o governo teria que fazer uma recomposição num percentual inferior a 7,85%. Portanto, dizer que o governo descumpre a lei quando faz um reajuste de 16% é mentir para os professores só para criar a expectativa.
Todos nós sabemos que em campanhas salariais o natural é pedir além do que se avalia poder ser realizado, e faz parte da estratégia tencionar até que as partes encontrem o ponto de satisfação, mas não é o que se observa nesse movimento, o que se observa neste caso é uma tentativa das lideranças de iludir os professores com mentiras, distorcendo informações e omitindo verdades, como o que o sindicato vem fazendo para dar tratamento à pauta da categoria.
Para angariar adeptos à sua jornada de irresponsabilidades, os “líderes” do movimento (MRP) tentam passar para os professores a idéia de que o sindicato não defende os seus interesses, o que não é verdade, o sindicato sempre tem buscado fazer o que é melhor para os professores e para a educação, e neste caso, o melhor é encerrar a discussão sobre a recomposição emergencial e voltar-se para o restante da pauta, priorizando a reformulação do Estatuto, incorporando neste, os funcionários de escola e definindo uma nova política salarial, aqui provavelmente teremos que tencionar bastante. Neste sentido, continua reunindo com o governo, abriu a discussão específica sobre o novo Estatuto e está realizando seminários com representantes de escolas para atualizar nossa proposta. E tem uma agenda de mobilização da categoria. O sindicato não pode e tenho certeza que não vai abrir mão da greve como o principal instrumento de luta dos trabalhadores, no entanto, não pode banalizá-la, e muito menos utilizá-la para fazer luta política, a utilizará somente no momento adequado, quando se esgotarem todos os meios e tentativas de entendimento.
Vivemos um momento importante na educação brasileira, conquistamos o Piso Salarial, definimos os novos parâmetros para os Planos de Carreira, incorporamos os funcionários de escolas no conceito de Profissionais da Educação e definimos uma data para reformularmos Estatutos e Planos, e temos dado passos importantes para resolver o problema do financiamento, com a criação do FUNDEB e agora com a destinação de parte dos recursos do Pré-sal para o setor. O momento é propício, se não o aproveitarmos para reformularmos o Estatuto que temos hoje, ampliando nossas conquistas, dificilmente o faremos tão cedo. Não podemos esquecer que a eleição no sindicato é só em 2013, até lá muito precisa ser feito pela educação do nosso Estado, e atitudes que visam apenas o eleitoral só prejudicam. Utilizar-se desse importante instrumento de lutas dos trabalhadores que é a greve para fazer luta política já é uma irresponsabilidade, fazê-la neste momento, prejudicando milhares de estudantes é um crime.
Construir uma educação de qualidade para nosso estado exige posições firmes e responsáveis de seus trabalhadores.
* Ex-Presidente do SINPROESEMMA
Por Odair José*
Falar dos problemas internos de determinada categoria é quase sempre muito ruim para os seus membros, por isso a economia nas palavras dos diretores do SINPROESEMMA em certos momentos do desenvolvimento das lutas dos professores do nosso Estado. Mas, tem momentos que não é permitido ficar calado.
Nos últimos dias, temos visto um grupo de professores “dissidentes” comandando o que seria um levante contra o acordo feito pelo sindicato com o governo, referendado pela maioria da categoria, pelo qual a categoria tem um reajuste momentâneo que, adicionado ao feito no início do ano, ainda pelo Governo anterior, soma 15,97%.
Vendo apenas o momento, a fotografia, um observador desavisado poderia pensar que estamos tratando somente de um erro tático desses trabalhadores, continuar tencionando, inclusive através da greve, para tentar retirar do governo um pouco mais de 3% - uma vez que o pleito inicial foi 19,2% - colocando em risco a aprovação do principal, que é o Estatuto dessa categoria, num momento importantíssimo para nossos alunos em encerramento de ano letivo e às vésperas de vestibular. Na realidade, trata-se de mais uma tentativa, fora de hora, de chegar à direção do sindicato, feita por um grupo que é uma mistura dos que dirigiram o sindicato por muitos anos e só fizeram atrofiá-lo e atrelá-lo aos governos de então, e recentemente se juntaram com outros cujo desejo é aparelhar a entidade e colocá-la a serviço de seus interesses partidários ou de grupo. Ou seja, o objetivo é eleitoral.
Os “líderes” desse movimento são velhos conhecidos, são os mesmos que no início da década criaram um outro sindicato, o Sintep-Upaon-Açú, dividindo a categoria. A cada momento se nomeiam de uma maneira, já foram MOSEP, Sintep-Upaon-Açú e agora MRP. São os mesmos que num momento crucial de definição de rumos no sindicato se aliaram a Lucimar Góes, aliança que se mantém até hoje.
Seguindo a mesma cartilha dos governos de plantão, sempre tentaram partidarizar as ações do sindicato, colocando-se como apartidários. Mas recentemente deixaram cair a máscara, a declaração de apoio ao movimento pelo Sindicato dos Bancários, SINTRAJUF e APRUMA, todos dirigidos por militantes do PSTU e PSOL, revela o que muitos já sabiam: esse movimento “dissidente” de professores é dirigido pelos militantes do PSTU e PSoL e tem forte apoio financeiro destes partidos, também, é claro, de outros oportunistas de momento.
Para levar os professores às ruas e atingir os objetivos vale tudo, principalmente, mentir e iludir.
Nos discursos prometem de tudo, maqueiam números, criam e distorcem fatos. Tomemos um exemplo: o percentual de recomposição do valor-aluno-ano de 19,2%, que por lei seria o mesmo do Piso e que, segundo os “dissidentes”, deveria ser o mesmo dos salários. 19,2%, é o percentual de crescimento do valor–aluno-ano com base numa portaria do MEC de março deste ano, ocorre que o MEC emitiu outra Portaria (Nº 788 - agosto/09), e por esta, esse crescimento do valor-aluno-ano é de apenas 7,85%. Em primeiro lugar, é importante entender que o sindicato considerou que deveria ser o percentual de recomposição do valor-aluno-ano o mesmo para recompor salário, porque este, por lei, é o percentual de recomposição do Piso da categoria, então poderia servir como índice para recompor salários, entretanto, não há lei fazendo esse vínculo. Depois, o sindicato não trabalhou com o último percentual (7,85%) porque já vinha trabalhando com o anterior (19,2%), e avaliou que para começar a campanha este era um bom parâmetro, no entanto, sempre soube da ponderação que deveria ser feita caso necessário.
Os “líderes” do MRP sempre tiveram essas informações, portanto, sabem que para “descumprir a lei” - se fosse o caso - o governo teria que fazer uma recomposição num percentual inferior a 7,85%. Portanto, dizer que o governo descumpre a lei quando faz um reajuste de 16% é mentir para os professores só para criar a expectativa.
Todos nós sabemos que em campanhas salariais o natural é pedir além do que se avalia poder ser realizado, e faz parte da estratégia tencionar até que as partes encontrem o ponto de satisfação, mas não é o que se observa nesse movimento, o que se observa neste caso é uma tentativa das lideranças de iludir os professores com mentiras, distorcendo informações e omitindo verdades, como o que o sindicato vem fazendo para dar tratamento à pauta da categoria.
Para angariar adeptos à sua jornada de irresponsabilidades, os “líderes” do movimento (MRP) tentam passar para os professores a idéia de que o sindicato não defende os seus interesses, o que não é verdade, o sindicato sempre tem buscado fazer o que é melhor para os professores e para a educação, e neste caso, o melhor é encerrar a discussão sobre a recomposição emergencial e voltar-se para o restante da pauta, priorizando a reformulação do Estatuto, incorporando neste, os funcionários de escola e definindo uma nova política salarial, aqui provavelmente teremos que tencionar bastante. Neste sentido, continua reunindo com o governo, abriu a discussão específica sobre o novo Estatuto e está realizando seminários com representantes de escolas para atualizar nossa proposta. E tem uma agenda de mobilização da categoria. O sindicato não pode e tenho certeza que não vai abrir mão da greve como o principal instrumento de luta dos trabalhadores, no entanto, não pode banalizá-la, e muito menos utilizá-la para fazer luta política, a utilizará somente no momento adequado, quando se esgotarem todos os meios e tentativas de entendimento.
Vivemos um momento importante na educação brasileira, conquistamos o Piso Salarial, definimos os novos parâmetros para os Planos de Carreira, incorporamos os funcionários de escolas no conceito de Profissionais da Educação e definimos uma data para reformularmos Estatutos e Planos, e temos dado passos importantes para resolver o problema do financiamento, com a criação do FUNDEB e agora com a destinação de parte dos recursos do Pré-sal para o setor. O momento é propício, se não o aproveitarmos para reformularmos o Estatuto que temos hoje, ampliando nossas conquistas, dificilmente o faremos tão cedo. Não podemos esquecer que a eleição no sindicato é só em 2013, até lá muito precisa ser feito pela educação do nosso Estado, e atitudes que visam apenas o eleitoral só prejudicam. Utilizar-se desse importante instrumento de lutas dos trabalhadores que é a greve para fazer luta política já é uma irresponsabilidade, fazê-la neste momento, prejudicando milhares de estudantes é um crime.
Construir uma educação de qualidade para nosso estado exige posições firmes e responsáveis de seus trabalhadores.
* Ex-Presidente do SINPROESEMMA
Comentários
PROCURA REALIZAR LOGO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DO TEU ÚLTIMO ANO DE MANDATO (2008), E DEMONSTRA AONDE VC APLICOU OS MILHÕES DE REIS ARRECADADOS PELO SINDICATO NESSE ANO.
Recorte do texto acima.
Diretor, os professores sabem fazer conta.
5,9% + 8% = 13,9% portanto, quem é que anda mentindo para a categoria?quem saiu em defesa da GOVERNADORA?
Respeita nossa categoria sujeito.
Qualquer hora eles irão fazer greves, motivo: "Não aceitarem professores como vcs"!!!!!!!!!
Eu acho justo que a senhora esteja indignada com a educação que seu filho recebe. Sou professor de Biologia do Liceu, do turno noturno e gostaria que a senhora fosse lá falar pessoalmente comigo. Procure pelo professor Henrique. Eu quero que a senhora entenda que:
Existem sim, professores que não são comprometidos com a educação de seus filhos assim como pais que raramente acompanham o desempenho dos seus filhos na escola, maus médicos, maus governadores, maus lixeiros, maus bancários, ou seja, existem maus profissionais em todas as áreas. Mas generalizar é, no mínimo injusto.
Eu participei sim, da greve dos educadores e sempre participarei, porque, pelos meus direitos, eu sempre lutarei.
A senhora, antes de atacar os professores, deveria fazer uma visita às escolas públicas do Maranhão e constatar a situação precária na qual elas se encontram e também as condições péssimas de trabalho que os professores encontram.
O Liceu é uma das escolas que tem certas condições de trabalho, mas na maioria das escolas do Maranhão, os professores têm que tirar dinheiro do próprio bolso para pagar os pincéis de quadro branco (no LIceu também), xerox de textos para os alunos (no Liceu também), não tem biblioteca, quadra de esportes, merenda escolar, as turmas são quentes, os banheiros são péssimos, etc.
É fácil criticar quando não estamos na pele do outro.
Se alguns professores têm filhos em escolas particulares é porque eles dão aulas nos três turnos (manhã, tarde e noite) para terem condições de colocarem eles lá, pois os salários dos professores são baixos e as escolas particulares são caras.
A escola pública também não é gratuita. A senhora e todos nós pagamos impostos. Mas os governos não gastam o que deveriam para que elas tenham a qualidade que seu filho merece.
A senhora tem seu filho estudando no Liceu, que bom! mas pense nas mães cujos filhos estão em escolas péssimas onde o ano todo ficam sem professores de varias disciplinas porque o governo não liga, isso não lhe incomoda? Eu me incomodo. Por isso faço greve, para que, um dia a educação seja valorizada pelos governantes.
A senhora deve ler jornais que lhe informam daquilo que o governo quer que a senhora acredite pois os jornais pertencem ao governo. A senhora deve ver notícias na TV que pertence ao governo e que só mostra o que interessa ao governo (que a educação está ótima, que os professores ganham bem, etc)
AJUDE SEU FILHO, AJUDE OS PROFESSORES A COMBATER OS GOVERNOS QUE NÂO TÊM A EDUCAÇÃO!
COMO PRIORIDADE.
GOSTARIA REALMENTE QUE A SENHORA (e outras mães) VIESSE FALAR COMIGO NO LICEU (À NOITE) OU NO FERNANDO PERDIGÂO (À TARDE) PARA QUE EU POSSA PROVAR PARA A SENHORA O QUE EU ESTOU DIZENDO. POIS EU FICO MUITO TRISTE COM SUAS PALAVRAS.
Sou pai de aluno da escola pública, e os professores tem um discurso, mas na prática só pensam neles e em seus salários e os alunos??E o ENEM, meu filho, tava estudando em casa. Vcs do movimento de resistência tem q aprender a ser mais responsável quando forem iniciar uma greve. Eu pergunto. O que vcs conseguiram?? Digam para sociedade ludovicence.Quantos por cento de reajuste??19%???Nada!!!Absolutamente nada!!! Só prejudicaram os alunos, inclusive, meu filho, que é aluno do Liceu maranhense.Acabaram morrendo na praia, só prejudicaram mais a educação pública maranhense que já ia mal.Será que realmente os motivos de voces não era só a briga pelo poder no sindicato?? Prof. Henrique,vou lhe procurar sim, na sua escola, para saber como é sua prática lá. Aposto como seus filhos estudam em escola particular, por que isso, será q vocs profs da escola pública, não acreditam no trabalho de vcs???
Eu gostaria de esclarecer que nós interrompemos a greve porque a ação que nós movemos contra o sindicato e contra o governo estava demorando a ser julgada(a justiça é morosa) e por isso resolvemos, em assembléia, que deveríamos retornar às salas de aula para não haver maiores prejuízos para os alunos. Mas estamos esperando que o juiz julgue logo. Quanto às aulas que seus filhos perderam, serão dadas. Estamos elaborando um horário especial para isso. Eu estou dando aulas extras em todos os horários que eu tenho livre.
Você diz que estamos lutando pelo poder do sindicato porque é isto que a direção coloca nos jornais do governo mas a história não é essa. Nós estamos lutando pelo cumprimento de uma lei federal que deveria ser cumprida pelo governo e não está sendo cumprida. Nós não entramos em greve porque gostamos. Nós estamos tentando conversar com o governo desde março deste ano e não fomos ouvidos. A greve foi a única forma de chamar a atenção do governo e da sociedade para o nosso problema. Se nós ficássemos na sala de aula, NUNCA o governo iria se mexer. O senhor pergunta também o que nós ganhamos? nós descobrimos a verdade sobre a direção do nosso sindicato (é vendida para o governo), o governo agora está tentando negociar nosso plano de carreira a que a lei se refere. A reposição do salário é importante pois precisamos viver também, mas eu lhe garanto que não é o principal motivo.
Todas as pessoas que escrevem estão como "anônimo" o senhor sabe onde eu trabalho, sabe o meu nome porque eu não tenho nada a esconder. Sou um professor dedicado e faço mais do que eu deveria fazer. Pode perguntar a meus alunos que eu tenho certeza que falarão bem de mim. Mas o senhor Há de entender que para eu dar aula, eu tenho que comprar pincel de quadro branco (R$ 7,50 o valor do que presta)eu comprei, com o meu dinheiro, um microscópio para que MEUS alunos do Fernando Perdigão pudessem ter uma aula prática porque na escola NÃO TEM LABORATÓRIO. Eu tiro xerox de textos, com o meu dinheiro, PORQUE O GOVERNO NUNCA DEU DINHEIRO SUFICIÊNTE PARA AS ESCOLAS.
EU ESTOU DANDO AULA HÁ 18 ANOS E NUNCA TIVE CONDIÇÕES DIGNAS DE TRABALHO. SERÁ QUE EU NÃO POSSO PENSAR EM MIM TAMBÉM? SERÁ QUE EU TENHO QUE FICAR CALADO E NUNCA ME REVOLTAR?
Eu graças a Deus não tenho filhos, pois se eu tivesse, não os colocaria em escola pública não porque eu não acredite no meu trabalho, mas porque eu não gostaria de vê-los em escolas sem bibliotecas (o LICEU tem, mas a maioria das escolas não tem), sem banheiros dignos,sem laboratórios (o LICEU tem, mas a maioria das escolas não tem), sem professores (tem escolas que até hoje não tem professores de diversas disciplinas. Isto está certo? Por quanto tempo nós vamos ficar calados?
Porque os pais não exigem dos governos para darem a seus filhos escolas de qualidade?
Os professores são sempre os culpados?
Gostaria mesmo de falar pessoalmente com o senhor. Não tenho medo, pois não devo nada a ninguém. Só estou cansado de ouvir sempre a mesma coisa dos governos "A EDUCAÇÃO É PRIORIDADE NO MEU GOVERNO!"
Se o senhor quiser realmente falar comigo, só lhe peço que venha na quinta feira no Fernando Perdigão, às 14:00 (meu horário livre) para que não atrapalhe minha aula, certo?
Obrigado!
Sou prof. da rede estadual (lotado no interior) e acompanho pela net tanto o sinproesemma quanto o mpr. Acho que não podemos criticar nem elogiar algo que não conhecemos,assim estaremos alimentando o que mais acontece nesse país, a cultura da ignorância. Portanto, entendo perfeitamente seu posicionamento, é necessário que a sociedade conheça melhor a realidade da educação brasileira, e nós como agente desse processo de transformação social temos uma responsabilidade muito grande em mudar a visão que as pessoas tem com relação ao nosso papel.
Os mais críticos do papel do professor, geralmente nunca aparecem nas reuniões escolares, a não ser quando chega o final do ano letivo, quando o resultado de um ou outro não foi favorável. Não conhecem os fatores mais importantes para se ter uma educação no mínimo razoável. Devemos colocar o nosso ponto de vista, lutar por uma educação de qualidade, bem como lutar pela sobrevivência da profissão de Professor. Quando queremos algo, devemos lutar e nos identificar (a identidade é atitude responsável).
Concordo plenamente com você.
Grande abraço e que Deus abençoe a educação do nosso povo.
Prof. Reginaldo
Que Deus nos ajude!
Henrique.
-PAI,MÃE, AGORA SOU PROFESSOR!
EU RECEBO POUCO, NÃO TENHO CONDIÇÕES DE TRABALHO DIGNAS, ESTOU INSATISFEITO, MAS NÃO VOU LUTAR PARA MELHORAR PORQUE VOCÊS SÃO CONTRA!!!