Pular para o conteúdo principal

Belíssima idéia! Que tal copiarmos?

Deputado diz que ato de professores é covarde


A afixação de cartazes nas escolas, citando os deputados que votaram a favor do reajuste salarial, foi criticada na tribuna

O deputado Ronaldo Martins (PRB) solicitou, ontem, durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, que a Mesa Diretora da Casa tome uma iniciativa em relação a afixação de cartazes nas Escolas do Estado com fotos de 34 deputados "que teriam votado contra o aumento dos vencimentos dos professores".

O Cartaz traz a seguinte frase: "Deputados que votaram a favor de Cid Gomes e contra os professores". Trata-se da votação que aprovou a mensagem do Governo criando nova tabela vencimental para os profissionais de nível médio do grupo ocupacional magistério da Educação básica. A votação foi marcada por tumulto e pancadaria.

Para Ronaldo Martins, é uma atitude "covarde", pois o material não é assinado por ninguém. O parlamentar disse que teve acesso ao cartaz no endereço eletrônico do Sindicato dos professores do Estado do Ceará (Apeoc). Segundo o deputado, além dos cartazes, os próprios professores estão abordando o conteúdo desses informativos junto aos alunos.

"Eu digo sem medo de errar. Essa Casa tem sido a única fonte de mediação de muitas lutas dos servidores. É aqui que encontram apoio. É aqui que tem a sua voz garantida. É aqui que podem e devem se manifestar", defendeu.

Suspeito

Ronaldo Martins disse não conseguir compreender a lógica "irresponsável" com que vem sendo tratada a movimentação dos professores neste ano, pois culminou em agressões por excesso tanto dos professores quanto da segurança da Assembleia.

"Eu considero justa a reivindicação dos professores. Mas o que o sindicato está fazendo com o nome desta Casa é, no mínimo, suspeito", considerou.

O deputado disse que votou favorável a mensagem enviada pelo Governo por equipar ao piso nacional o salário dos profissionais da Educação de nível médio. Ronaldo Martins reconhece que ainda não é o ideal de remuneração para os professores, mas significou aumento real para um grupo do magistério, "historicamente injustiçados em seus vencimentos".
"Então, por favor, me respondam os senhores e senhoras, que votação contra os professores foi esta que está colocada no cartaz?", questionou, deixando claro que causa revolta a maneira como os deputados estão sendo abordados na rua, "por uma mentira mal contada pela Apeoc ou por quem quer que tenha feito estes cartazes".

O pronunciamento do deputado recebeu o apoio de vários colegas. Sérgio Aguiar (PSB) disse que os parlamentares que votaram a favor da matéria estão sendo julgados como se tivessem feito algo que prejudicou o professor, quando, segundo ele, os parlamentares dotaram os profissionais de nível médio de melhor salário.

Constrangimento

O deputado Fernando Hugo (PSDB) garantiu que, na Assembleia, não há nenhum deputado que vote contra servidor: "Nunca usei a massa professoral como massa política". Já Inês Arruda (PMDB) atesta que os cartazes colocam os parlamentares em situação de constrangimento. "Como se tivéssemos votado contra os servidores, o que não é verdade", alegou.

O líder do governo na Assembleia, deputado Antonio Carlos (PT), acredita que a História é que vai fazer o julgamento do processo de valorização do magistério. "Vamos aguardar. O tempo é que vai fazer justiça", ponderou.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sinproesemma contrata banca de advogados que está envolvida em polêmica no Ceará

Precatórios do Fundef: entenda a polêmica do pagamento de honorários a advogados Professores que estiveram na ativa na rede pública estadual do Ceará entre agosto de 1998 e dezembro de 2006 têm direito a receber os valores referentes aos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) . Nesta terça-feira, ocorreu o pagamento da segunda parcela . Desde que o pagamento teve início , em fevereiro de 2023, uma questão sobre o tema gera controvérsias: o pagamento dos honorários advocatícios à banca de advogados contratada pelo Sindicato Apeoc, que representa os professores. O precatório é resultado de disputas judiciais movidas pelo Estado do Ceará para corrigir os cálculos e complementar os repasses federais pelo Fundef à educação estadual. Como 60% do valor do fundo tinha de ser destinado à remuneração dos profissionais do magistério, quem estava em atividade é beneficiado. São 50.248 professores que re...

Carta aos profissionais da educação

UMA GREVE ATÍPICA, UMA LIÇÃO HISTÓRICA: LUTAMOS E ESTAMOS ORGULHOSOS! Ousadia, resistência, apreensão e persistência são sentimentos e momentos que marcaram os dias de greve dos trabalhadores em educação do estado do Maranhão. Foi, sem dúvida, um grande aprendizado, porque foi uma grande luta. Aprendemos nesse movimento quem são os verdadeiros aliados da classe trabalhadora, aprendemos também quem são os seus grandes inimigos. Fomos atacados por todos os lados no front dessa batalha em defesa de nossos direitos e de uma educação pública e de qualidade. Tal como o príncipe de Maquiavel a governadora Roseana Sarney tentava mostrar que “os fins justificam os meios”, para isso impunha o terror nas escolas, ameaçava cortar o ponto dos grevistas, até de exoneração fomos ameaçados. É verdade que em alguns momentos sentimo-nos pequenos ao ver um governo oligarca e sedento de poder abocanhando a direção do nosso sindicato, que nada faz pela sua categoria, e de entidades estudantis, q...

Conheça a Carta do desespero.

MRP(OU MOSEP,...) E A GREVE ELEITORAL Por Odair José* Falar dos problemas internos de determinada categoria é quase sempre muito ruim para os seus membros, por isso a economia nas palavras dos diretores do SINPROESEMMA em certos momentos do desenvolvimento das lutas dos professores do nosso Estado. Mas, tem momentos que não é permitido ficar calado. Nos últimos dias, temos visto um grupo de professores “dissidentes” comandando o que seria um levante contra o acordo feito pelo sindicato com o governo, referendado pela maioria da categoria, pelo qual a categoria tem um reajuste momentâneo que, adicionado ao feito no início do ano, ainda pelo Governo anterior, soma 15,97%. Vendo apenas o momento, a fotografia, um observador desavisado poderia pensar que estamos tratando somente de um erro tático desses trabalhadores, continuar tencionando, inclusive através da greve, para tentar retirar do governo um pouco mais de 3% - uma vez que o pleito inicial foi 19,2% - colocand...