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MEC aponta Maranhão com um dos piores em educação




Ideb: veja como estamos em todos os níveis

O Brasil superou a meta prevista nos anos inicias do Ensino Fundamental em 2017; Ensino Médio segue como etapa mais desafiadora
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Por: Paula Peres




Crédito: Getty Images

*Atualizado às 18h de 3 de setembro
Quando olhamos para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), é possível enxergar pontos positivos e negativos na aprendizagem dos alunos na escola pública do país. Um ponto positivo: o Brasil superou a meta prevista nos anos inicias do Ensino Fundamental em 2017. Os pontos negativos... vamos voltar a eles daqui a pouco. O índice, divulgado nesta segunda-feira (03/09) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é calculado de dois em dois anos, de acordo com os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e com as taxas de aprovação das escolas e redes de ensino.

Os números do Brasil




Crédito: Lucas Magalhães. Fonte: Inep 2018

Ensino Fundamental - Anos iniciais

Segue sendo a etapa melhor desenvolvida nos índices do Ideb. Superamos a meta prevista em 0,3 ponto, e todos os estados evoluíram na proficiência média em relação a 2015. Apenas os estados do Amapá, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul não alcançaram suas metas. Veja, no gráfico abaixo produzido pelo Inep, as metas e os resultados de cada estado:
RESULTADOS E METAS DE CADA UNIDADE FEDERATIVA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS REDES PÚBLICAS E PARTICULARES



Crédito: Inep

Oito estados já alcançaram Ideb maior ou igual a 6 (meta prevista nacionalmente somente para 2021): Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal.
Enquanto os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais tiveram os maiores resultados do país nos anos iniciais, o Ceará se destaca por ter superado a meta proposta para 2017 em 1,4 ponto.
Na coletiva de lançamento dos dados promovida em conjunto entre os dois órgãos, o ministro da Educação Rossieli Soares afirmou acreditar que o Brasil cumprirá a meta estabelecida para a etapa dos anos iniciais em 2021, “podendo inclusive antecipar para 2019”, disse.
Por outro lado, Rossieli lembrou que apesar dos bons índices, ainda temos consideráveis desigualdades dentro do país. “Devemos apoiar os estados que enfrentam mais dificuldades para alcançar seus objetivos”. 
Sucesso e formação
A professora Rosélia Sezerino Fenner leciona na pequena cidade de Serranópolis do Iguaçu, para turmas de 4º e 5º anos da única escola pública de Ensino Fundamental da rede municipal, que leva o mesmo nome da cidade. De acordo com a professora, sua escola (e consequentemente seu município) obteve o Ideb mais alto do estado do Paraná, com média de 8,7.
Para ela, o segredo do “sucesso” da rede vem de um conjunto de fatores: o município tem a Educação e a Saúde como áreas prioritárias do orçamento, a Secretaria de Educação tem condições de estar presente no dia a dia dos professores, apoiando com formação continuada de qualidade, os docentes de fato conseguem reservar 33% de sua carga horária para o preparo das aulas e a escola tem uma série de medidas que visam garantir a aprendizagem das turmas.
A escola só tem turmas até o 5º ano, e está organizada de maneira que não haja reprovações no Ensino Fundamental 1. A partir do 6º, os alunos vão para outra escola, estadual. Rosélia conta que a escola tem toda uma preocupação de garantir que essa transição entre as duas etapas do Ensino Fundamental seja o mais suave possível.
Os alunos do 4º e do 5º ano passam por um programa de reforço de Português e Matemática no contraturno, lecionadas pela mesma professora regente da turma, quando apresentam dificuldades, mesmo que isso aconteça já no início do ano. “Fazemos avaliações diagnósticas todo início de semestre, assim conseguimos ver onde os alunos estão no processo de aprendizagem e preparar atividades de acordo com as necessidades”, relata a professora.
Veja, no gráfico abaixo, a porcentagem de municípios que conseguiram atingir as suas metas em cada estado:

Ensino Fundamental - Anos finais

Houve uma melhora no índice nacional: subimos de 4,5 para 4,7, mas ficamos um pouco distantes de nossa meta para 2017, que seria de 5 pontos. Dos 27 estados, 23 aumentaram o Ideb, mas apenas 7 atingiram suas metas: Rondônia, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso e Goiás.
Minas Gerais, que vinha em um crescente (ainda que lento) desde 2005, pela primeira vez teve uma queda de 0,1 ponto e obteve resultado de 4,7 pontos, enquanto sua meta prevista era de 5,2. Veja, a seguir, o gráfico elaborado pelo Inep que mostra as metas e os resultados de cada estado:
RESULTADOS E METAS DE CADA UNIDADE FEDERATIVA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS REDES PÚBLICAS E PARTICULARES



Crédito: Inep

Para o ministro da Educação, um dos desafios nos anos finais do Ensino Fundamental diz respeito à formação adequada dos professores na área em que atuam. “Em Língua Portuguesa, 62,5% dos professores nos anos finais têm formação adequada. Em Artes, esse percentual chega a 39%. O restante tem outras formações, como Pedagogia. Sabemos que eles estão fazendo o melhor que podem, mas precisamos apoiá-los na formação continuada”, defendeu.
De acordo com o relatório do Inep, outro desafio da etapa é melhorar o fluxo escolar. Enquanto há estados com histórico de baixa retenção, como Mato Grosso e São Paulo, há outros, como Sergipe, Pará e Bahia com taxas de distorção idade-série (efeito colateral de altos índices de reprovação) que chegam a mais de 40%. "Se o menino não aprende no 5º ano, ele vai chegar no 9º ano com uma série de insuficiências, ou vai ser reprovado em algum momento dessa trajetória", resumiu Rossieli. Veja, no gráfico abaixo, a porcentagem de municípios que conseguiram atingir suas metas para 2017 em cada estado:

Ensino Médio

É a etapa mais desafiadora para o Brasil. O avanço é lento: depois de três edições de estagnação, o índice avançou 0,1 ponto em 2017, chegando a 3,8. Mas está bem distante da meta prevista, que seria de 4,7.
No panorama geral, cinco estados tiveram redução no valor do Ideb, o melhor desempenho do país ficou com o estado do Espírito Santo, mas nenhuma unidade federativa atingiu suas metas. Veja, a seguir, o gráfico elaborado pelo Inep com as metas estipuladas e os resultados obtidos pelos estados (com as redes particulares agregadas):
RESULTADOS E METAS DE CADA UNIDADE FEDERATIVA - ENSINO MÉDIO REDES PÚBLICAS E PARTICULARES



Crédito: Inep

Nas redes públicas, duas boas notícias: os estados de Goiás e Pernambuco bateram suas metas. Goiás, inclusive, ficou 0,1 ponto acima do previsto.
Sobre o Ensino Médio, o ministro voltou a defender a reforma e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da etapa, usando os dados estagnados (desde 2005, houve um crescimento de apenas 0,4 ponto no índice) como argumento. “A chance de cumprirmos as metas estabelecidas para o Ensino Médio é nula neste formato e neste ritmo”, disse.
Até 2015, os resultados do Ensino Médio eram calculados a partir de uma amostra de escolas. Pela primeira vez, o Saeb foi censitário para as escolas públicas desta etapa, e opcional para as escolas particulares.
Fonte: Revista Nova Escola/setembro de 2018
Considerações do MRP:
De acordo com os dados do Saeb (MEC/INEP) expostos na matéria acima, está explícito o pífio e vexatório desempenho da gestão dinista na área educacional.

Vejamos:
Avaliação dos iniciais do ensino fundamental (5º ano): O Maranhão amarga a 2º pior avaliação da região nordeste e  nacionalmente é o ante penúltimo colocado;
Avaliação dos finais do ensino fundamental (9º ano): O Maranhão amarga a 2º pior avaliação da região nordeste e,  nacionalmente, é o 25º colocado, num universo de 27 unidades da nação;
Avaliação do ensino médio: O Maranhão ocupa,  a posição 21ª. O que demonstra que mais uma vez, nossa educação publica figura entre as piores do país.
No que diz respeito ao ensino médio (área de atuação prioritária do estado), o fracasso foi minimizado porque o governo Flávio Dino criou um mecanismo de aprovação com pendências (O aluno segue para a série seguinte, mesmo não sendo aprovado em até 3 disciplinas). O ideb considera dois indicadores: Aprendizado ( notas da prova Brasil - oriundas de avaliações de matemática e portugues) e o Fluxo escolar (considera-se as aprovações e retenções).
Diante do exposto, em vez de tentar distorcer a realidade com números manipulados e propagandas enganosas, o governador Flávio Dino deveria reconhecer seus erros, pedir desculpas publicamente aos maranhenses e exonerar o secretário e todos os integrantes da equipe gestora da SEDUC, por conta desse resultado vexatório, fracassado e que representa um verdadeiro atentado aos direitos educacionais das nossas crianças e jovens.

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